terça-feira, 12 de março de 2013

QUAL SERÁ O FUTURO DO VÔLEI DE PRAIA????


O vôlei de praia vive um momento decisivo. Acontece neste fim de semana, entre 8 e 10 de março, uma reunião entre a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e a delegação de jogadores escolhidos para representar os atletas de todo o mundo. O objetivo do encontro é reivindicar as regras impostas para a temporada de 2013. O novo presidente da FIVB, o brasileiro Ary Graça, e os dirigentes da entidade decidiram mudar o regulamento para o novo ciclo olímpico, o que não agradou.

As mudanças geraram um grande desconforto nos atletas do mundo inteiro que temem o futuro do esporte. Entre as principais reclamações, está o poder concedido as condeferações, que agora tem o controle total sobre os atletas, decidindo quem poderá jogar os torneios mundiais sem qualquer critério pré-estabelecido. Antes, existia um ranking de acordo com os pontos que cada atleta conquistava. Outra queixa, é a eliminação dos torneios classificatórios, que davam aos times vencedores a possibilidade de subir para o ranking principal de maneira justa e merecida.

A reunião acontece na sede da FIVB, em Lausanne, na Suíça. Entre os jogadores escolhidos estão Hannes Brinkborg da Suécia, Lauren Frendrick e o campeão olímpico Todd Rogers dos Estados Unidos, Maria Tsiartsiani da Grécia, Marloes Wesselink da Holanda e o representante brasileiro Pedro Solberg, filho da Isabel.

A mudança radical de critérios surpreende pelo antigo sistema sempre ter funcionado. Jogadores vem sofrendo calados por medo de retaliações. Mas o incômodo se tornou mundial, e personalidades da modalidade, como a tricampeã Olímpica Kerri Walsh, decidiram se manifestar.

"Estou muito preocupada com essa situação, em relacao as mudanças da FIVB.Tenho certeza que eu e muitos outros jogadores estamos com muito medo dessas drásticas mudanças. Não só para nós jogadores, mas para o futuro do nosso esporte. Os atletas estão se juntando para falar e eu estou esperançosa. Sei que é mais difícil para os brasileiros por causa do forte link da confederação brasileira com o líder da FIVB, mas espero que eles encontrem força e coragem, pois estão sendo apoiados. Todos estamos lutando pela mesma coisa. Estamos em um momento crucial da história do nosso esporte. Se desejamos manter o espírito original, independente e com a integridade do volei de praia, nós temos que nos unir agora! Não somos volei de quadra (indoor), não vamos deixar as pessoas encarregadas tirarem a essência do nosso esporte", desabafou Walsh.

Um dos argumentos dados por representantes do esporte é de que o sistema é o mesmo adotado em seleções de vôlei de quadra e basquete, por exemplo. Mas o vôlei de praia não deveria ser comparado com esportes coletivos, segundo alguns dos atletas. Na natação, por exemplo, quando César Cielo estabelece uma marca e conquista uma vaga, essa vaga é dele e não da Confederação. O mesmo acontece com o atletismo, quando atletas conseguem o índice necessário para a classificação. 

No Brasil, foi criada a seleção de vôlei de praia. Somente jogadores convocados poderão participar do Circuito Mundial. Renata Trevisan, ex jogadora e quarto lugar em Pequim, também deu sua opinião. 
"Muitos atletas não estão de acordo com as novas regras. Eu entendo o lado deles e concordo. O fato de privar atletas de grandes nomes de jogar o Circuito Mundial, como Harley, Marcio e Benjamim que sempre se destacaram e investiram na carreira, arcando com seus custos de viagem, é complicado. Não sou contra a seleção mas tirar o direito de alguém jogar, não é certo. O problema é querer que o vôlei de praia seja igual ao de quadra. No in door, é só um time por país. Na praia são três, quatro, até cinco times do Brasil, jogando um contra o outro. Se o time for melhor, ele vai ganhar dentro de quadra, sem precisar que o outro time seja impedido de jogar. Se o atleta quiser se bancar e ir jogar o Circuito Mundial, mesmo sem apoio da CBV, não seria problema. Ao mesmo tempo, a CBV poderia colocar atletas da seleção também, e venceria o melhor", disse Renata.
A modalidade vem crescendo no mundo inteiro. Na última Olimpíada, foi o evento que mais vendeu ingressos para os jogos. Na próxima semana, os resultados da reunião serão divulgados. Que a decisão final, entre atletas e a FIVB, seja a melhor para que o esporte continue evoluindo. 


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